Na última sexta-feira, dia 26, uma jovem de 20 anos, estudante da Universidade Federal de Lavras (Ufla), cometeu suicídio após ser vítima de uma página na internet dedicada a denegrir a imagem das pessoas. A estudante, natural de Nepomuceno, residia em Lavras para cursar seus estudos.
A página, criada por três mulheres de Nepomuceno, existe desde 2020 e foi iniciada durante a pandemia. Em seus quatro anos de atividade, quase uma centena de pessoas foram vítimas dos crimes de calúnia cometidos pelas administradoras. O suicídio da jovem gerou uma enorme comoção em Nepomuceno, levando a imprensa local a cobrar das autoridades uma ação que, segundo eles, deveria ter sido tomada desde o início das atividades criminosas da página.
Na terça-feira, dia 30, o delegado Bruno Bastos, que estava de férias, retornou a Nepomuceno devido à gravidade do caso. Diante de especulações que apontavam falsos suspeitos, a situação se tornou crítica, com o risco de a população, indignada, tentar fazer justiça com as próprias mãos.
O delegado Bruno, que já investigava a página, intimou duas mulheres para depoimentos na delegacia. A notícia da intimação rapidamente se espalhou, atraindo cerca de duzentas pessoas para a porta da delegacia em busca de informações sobre as supostas responsáveis pela morte da estudante.
As duas mulheres foram ouvidas na presença de um advogado e confessaram ser as administradoras da página. Elas também revelaram a participação de uma terceira mulher e admitiram que recebiam e republicavam "fofocas", mas não revelaram as fontes das informações. Os celulares das suspeitas foram apreendidos para investigação.
Após o depoimento, as mulheres foram liberadas, mas enfrentam a possibilidade de responder a inúmeros processos e serem obrigadas a indenizar as quase cem vítimas de suas calúnias. Elas foram escoltadas em uma viatura da Polícia Civil com janelas cobertas para evitar exposição, enquanto a multidão clamava por justiça.
Em entrevista à imprensa, o delegado Bruno Bastos explicou que a investigação para identificar as responsáveis pela página estava em andamento desde janeiro. Respondendo às críticas de incompetência pela polícia local, que se intensificaram após o suicídio da jovem, o delegado esclareceu: "A polícia trabalha com provas concretas e não com suposições", justificando assim a duração das apurações.
Fonte/Foto via: Jornal de Lavras
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